quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A morte...

Essa ausência definitiva
Para sempre...
Quando para sempre é muito tempo
É tempo demais
Para quem cá fica
Morte da matéria
Morte da pessoa...

E quando a pessoa não morre
Mas morre-lhe a alma
Sem respirar
sufoca no corpo a penar
Lateja de convulsões
A reanimar os sentidos
Já sem sentir
Dormente das atrocidades da vida...

Essa contrariedade
que de vida nada tem
Morte é o nome que devia ter
É tudo tão sofrido
E se não é, se é fácil
É com uma única garantia
Que um dia morremos
Seja a alma
Seja a matéria
Deus?
Deus?!
De quê?
Para quê?
Para quem???
Sádico
Era o nome que devia ter
Sádico por nos pôr a respirar
Para um dia nos sufocar
E levar para o céu
Ou inferno
Se não lhe fomos obedientes
Bondoso?
Não
Interesseiro
E calculista
Ditador mesmo
Morte era o que se devia chamar
À vida que vivemos
Ou morremos todos os dias um bocadinho...
Até já nada restar...