segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dor de mim...


As veias latejam-me
O sangue arde-me no corpo
As lágrimas queimam-me a pele
O coração bate em jeito de socorro
Toda eu peço socorro
Grito aflito que não se ouve
Grito mudo da alma sem voz
Com dor, com fel
Tirem-me esta dor
Morfina
Quero morfina
Quero dormência do corpo
Da alma, da mente
Quero fugir
mas estou presa
Presa a nada
Que me deixaste
A nada que me deste
Vazio nos olhos
Vazio do espaço
Escuro, frio
Solidão
Não quero mais solidão
Não quero mais silêncio
Quero ajuda
Tirem-me este peso
Tirem-me este sentir macabro
Que me consome
Que me esmifra a alma
E depois deixa-me
Abandona-me e deixa-me a ressacar
Da tareia que apanho
Da tristeza, da solidão
Essa ingrata companhia que não me deixa
Persegue-me
Assombra-me
NÃO
NÃO
Não quero sentir
Não quero gostar
Não me quero dar nunca mais
Quero esquecer-me de respirar
Quero parar de sentir vontade
Quero vegetar
Quero gritar
E grito
Grito muito alto
E choro
Choro até ficar vazia de sentimentos
Até ficar vazia de ti
Vazia de mim
Mas não fico
Não se esgota este sentir
Destroiem-me
Destroiem-me sempre que me tocam
Porque não é só a pele que tocam
E nunca mais serei a mesma
Levam-me em pedaços
Que esquecem que eram meus
Choro e peço-Te
Mata-me a dor
Manda-me um anjo
Que me acalme
Que me abrace
É tudo o que quero
Um abraço
Apertado
Ampara-me
Embala-me até adormecer
Tira-me os sonhos
Ou leva-me Contigo a sonhar
Mas não me Deixes sozinha
Peço-Te
Não me deixes sozinha...