quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Cobarde, esta alma que me possui...

E se me abraçasses e não te largasse?
E se os nossos corpos se fundissem como um?
E se as nossas almas se complementassem?
Fugias?
Negavas?
Fingias não sentir?
Proibias-te de receber?
Dar-te-ias também...?
E eu...?
Proibia-me de te sentir...?
Fugiria de ti, com medo de mim...?
Fujo...
Vou fugir.
Acobardei-me, certa do teu não querer...
Mas certa do meu querer viver
Não entrego armas
Não lutarei, amar-me-ei
Para amar fora de mim
Por mim,
Por quem amar...

Impulso!

Ui...
Se me tivesse permitido agir por impulso, sei lá o que teria acontecido hoje...
Mas como não agi e refreei vontades, nunca saberei, nunca sentirei o gosto do impulso que fingi não ter...
E agora deu-me vontade de escrever mais, sobre a vontade...!
(Os factos que se seguem, não são fruto da minha fértil imaginação; aconteceram mesmo!!)


O vento brindou-me com uma pena
Branca, leve e quase que mágica
Veio parar-me às mãos
Entediadas por não terem onde pousar
Tu, meio deitado, meio enrolado sobre ti mesmo
Bem à minha frente e à minha mercê
Esticaste-te, como quem se espreguiça
e a tua t-shirt deixou espreitar a tua barriga
deixando uma nesga de pele nua ao relento
Eu brincava com a pena, tão sedosa e macia
Passava-a pelas minhas pernas
Também elas meio despidas
Arrepiadas pelo frio... e não só...
Não me contive desta vez
E, como que por impulso,
Passei a pena na pele desnudada
Na barriga
E tu deixaste...
E pediste mais...
Mas eu tive que parar
Tive que refrear os outros impulsos
E acho que tu também...
Nunca saberemos o gosto deles...
E o que a vontade obrigava a fazer mais
Tenho até medo de escrever
Pode ser que passe
E se foi só má interpretação de gestos teus?
E se a seguir viesse o "não"?
Mais uma humilhação
Mais ridículo na minha vida
Acho que ainda não estou preparada para arriscar dessa forma
E mesmo para postar esta experiência, foi muito pensado
E decidi postar
Este risco eu quero correr...